Resumo:
Michael Löwy é reconhecido como um dos grandes intérpretes de Karl Marx, Max Weber e Walter Benjamin na atualidade. A partir da análise desses três ícones da sociologia e filosofia, Löwy desenvolve seu próprio método científico e epistemológico na sociologia do conhecimento. Trata-se de um autor pouco ortodoxo que busca a aproximação da sociologia da religião com o materialismo histórico. Este breve ensaio visa estabelecer uma síntese de suas principais obras e verificar alguns conceitos, como a afinidade eletiva, que interligam toda sua produção intelectual. A crítica que Löwy faz ao marxismo ortodoxo e ao positivismo meramente evolucionista é pertinente para pensar algumas das diretrizes das ciências humanas na pós-modernidade; entre a crença ilimitada no progresso técnico e científico e o niilismo da geração pós-moderna situa-se o pensamento de Michael Löwy. Ao relacionar temas aparentemente contraditórios e antitéticos, nosso autor questiona o próprio estatuto cientificista dos meios acadêmicos, sem cair na subjetividade que caracteriza o outro pólo da modernidade. O artigo não tem a pretensão de fazer uma leitura filológica de sua produção, o que seria trabalho para uma tese, mas apenas pensar alguns dilemas da sociologia do conhecimento a partir de um grande intelectual romântico e utópico por excelência.