Resumo: Há uma estreita relação entre os movimentos de resistência e cultura popular
com o messianismo. Este artigo examina essa aproximação a partir do conceito
dialético benjaminiano de “origem” (ursprung). A “origem” é um
protofenômeno no sentido teológico, quer seja ele o Paraíso ou o comunismo
primitivo, uma idade edênica e igualitária na Terra. Literalmente são “saltos”
para fora da continuidade histórica linear que rompem com o desenvolvimento
meramente evolucionista da História. A quebra da continuidade histórica não
volta-se exclusivamente ao passado idealizado, mas também para o futuro, à
utopia, ao millenium. Entre a experiência no passado e a expectativa no porvir
há o que pode ser denominado de “tempo messiânico”. No contexto da História
Cultural, pode-se dizer que o messianismo está inserido tanto na cultura erudita
(nas filosofias de Walter Benjamin e Ernst Bloch), como na cultura popular
(entre os caboclos do Contestado, no folclore). Estes elementos constituem uma
hipótese de circularidade cultural.
Palavras-chave: Guerra do Contestado; Messianismo; Circularidade cultural.
Na íntegra em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/28888/16210