Resumo: A partir da revisão
de literatura do movimento do Contestado e da análise comparativa entre a
geração de sociólogos e dos historiadores percebe-se que a historiografia está
relegando o fenômeno religioso - ou o messianismo propriamente dito – como um
epifenômeno. Alguns autores defendem “o ponto de vista de que as
características milenares e messiânicas são apenas alguns dos aspectos a serem
avaliadas no Contestado” e que “o conceito de messianismo, tal como é empregado
por Pereira de Queiróz, é pouco útil para o estudo deste movimento social”.
Para Ivone Gallo, as dúvidas que pairam sobre a guerra estão “na divergência
existente entre a racionalidade republicana e o modo de vida caboclo”. Este
artigo propõe uma análise sociológica da religião integrada às mudanças
econômicas provocadas pela penetração do capital transnacional nos sertões
brasileiros, sobretudo com o Sindicato Farquhar. Em suma, a historiografia dos
movimentos sociais evoluiu bastante no quesito integração religiosa e
político/social (Hobsbawm em “Rebeldes Primitivos” e “A invenção das
tradições”, E.P. Thompson em “Formação da classe operária inglesa” e “Costumes
em Comum). Buscamos a co-relação entre religião e economia sem entrar no
determinismo ou na teoria dos reflexos de Marx, mas sim, através de autores
como Walter Banjamin e Ernst Bloch que sintetizam materialismo histórico e
movimentos messiânicos e milenaristas.
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