sexta-feira, 4 de maio de 2012

ENTRE O CÉU E A TERRA: MATERIALISMO E MESSIANISMO NO CONFLITO DO CONTESTADO (1912 -1916)

Resumo: A partir da revisão de literatura do movimento do Contestado e da análise comparativa entre a geração de sociólogos e dos historiadores percebe-se que a historiografia está relegando o fenômeno religioso - ou o messianismo propriamente dito – como um epifenômeno. Alguns autores defendem “o ponto de vista de que as características milenares e messiânicas são apenas alguns dos aspectos a serem avaliadas no Contestado” e que “o conceito de messianismo, tal como é empregado por Pereira de Queiróz, é pouco útil para o estudo deste movimento social”. Para Ivone Gallo, as dúvidas que pairam sobre a guerra estão “na divergência existente entre a racionalidade republicana e o modo de vida caboclo”. Este artigo propõe uma análise sociológica da religião integrada às mudanças econômicas provocadas pela penetração do capital transnacional nos sertões brasileiros, sobretudo com o Sindicato Farquhar. Em suma, a historiografia dos movimentos sociais evoluiu bastante no quesito integração religiosa e político/social (Hobsbawm em “Rebeldes Primitivos” e “A invenção das tradições”, E.P. Thompson em “Formação da classe operária inglesa” e “Costumes em Comum). Buscamos a co-relação entre religião e economia sem entrar no determinismo ou na teoria dos reflexos de Marx, mas sim, através de autores como Walter Banjamin e Ernst Bloch que sintetizam materialismo histórico e movimentos messiânicos e milenaristas.

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