sexta-feira, 4 de maio de 2012

“AQUI É DA TERRA QUE SE SOBE AO CÉU”: MARX, ENGELS E A RELIGIÃO

Resumo: O presente artigo pretende discutir a relação, muitas vezes controversa, entre marxismo e religião, sobretudo com o Cristianismo. Para a análise especifica do pensamento marxiano acerca da religião se fez necessário um estudo detalhado de todas as obras de juventude de Marx, de 1841 a 1848, ano de publicação do Manifesto Comunista, uma vez que esta produção reflete o autor em sua gênese filosófica (hegeliana e feurbachiana) e menos economista; além de algumas obras de Friedrich Engels que também abordam o fenômeno religioso. Na seqüência, observam-se os desdobramentos dos “materialismos históricos” no século XX, nas suas vertentes ortodoxas e heterodoxas, suas afinidades, aproximações e rupturas com o Clero Católico. Por fim, busca-se a compreensão da práxis em seu exemplo específico, a Teologia da Libertação na América Latina. Não temos a pretensão de uma discussão teórica e/ou filosófica entre Materialismo Histórico e Idealismo ou abstrações metafísicas, mas sim os paralelos históricos, sociais e políticos que engendram essa temática.  

WALTER BENJAMIN E A TEORIA MESSIÂNICA DA HISTÓRIA

Resumo: “Escovar a história a contrapelo”. Talvez seja este o termo, descrito na sexta tese Sobre o conceito de História, que melhor sintetize o pensamento benjaminiano acerca da historiografia positivista e historicista dominante no período entre guerras e de ascensão do fascismo. Através da estética social, da crítica literária e da arte, Benjamin apreendeu como poucos autores do seu tempo a realidade social e política que levavam a Europa rumo à catástrofe iminente. A partir das premissas apocalípticas, sobretudo para um judeu, nas décadas de 1920 e 1930, este autor concebeu uma aproximação original e coerente entre Materialismo Histórico e teologia, entre messianismo judaico e marxismo, para possibilitar, dessa forma, “mobilizar para a revolução as energias da embriaguês”. Para romper com a reificação do moderno trabalhador industrial, com a crença ilimitada no progresso da técnica, com a concepção de tempo linear, homogêneo e vazio, para recuperar a “aura perdida”, Benjamin desenvolve o conceito de “interrupção messiânica”. É esse conceito que este artigo pretende abordar, relacionando-o sempre com os exemplos empíricos de messianismo e milenarismo, sobretudo à Guerra do Contestado.        

Na íntegra em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Urutagua/article/view/18449


ENTRE O CÉU E A TERRA: MATERIALISMO E MESSIANISMO NO CONFLITO DO CONTESTADO (1912 -1916)

Resumo: A partir da revisão de literatura do movimento do Contestado e da análise comparativa entre a geração de sociólogos e dos historiadores percebe-se que a historiografia está relegando o fenômeno religioso - ou o messianismo propriamente dito – como um epifenômeno. Alguns autores defendem “o ponto de vista de que as características milenares e messiânicas são apenas alguns dos aspectos a serem avaliadas no Contestado” e que “o conceito de messianismo, tal como é empregado por Pereira de Queiróz, é pouco útil para o estudo deste movimento social”. Para Ivone Gallo, as dúvidas que pairam sobre a guerra estão “na divergência existente entre a racionalidade republicana e o modo de vida caboclo”. Este artigo propõe uma análise sociológica da religião integrada às mudanças econômicas provocadas pela penetração do capital transnacional nos sertões brasileiros, sobretudo com o Sindicato Farquhar. Em suma, a historiografia dos movimentos sociais evoluiu bastante no quesito integração religiosa e político/social (Hobsbawm em “Rebeldes Primitivos” e “A invenção das tradições”, E.P. Thompson em “Formação da classe operária inglesa” e “Costumes em Comum). Buscamos a co-relação entre religião e economia sem entrar no determinismo ou na teoria dos reflexos de Marx, mas sim, através de autores como Walter Banjamin e Ernst Bloch que sintetizam materialismo histórico e movimentos messiânicos e milenaristas.

sábado, 19 de junho de 2010

Futebol: mítico e monetário.


Há uma estreita relação entre futebol e economia. Fenômeno ainda pouco estudado e compreendido, mas que, em linhas gerais pode ser sintetizado através de comparações cronológicas, num recorte específico entre a copa de 70, por exemplo, e a copa de 94. Ainda não sabemos se existe um fator motivacional que leva o trabalhador a produzir mais e melhor após uma situação de êxtase (titulo), ou se é o Estado que se apropria da situação favorável e a utiliza como propaganda, ou ainda se o conceito de alienação provocado pelo futebol e pela televisão contribuem para a “hegemonia” e para a dispersão dos problemas sociais óbvios que, no entanto, em tempos de copa simplesmente desaparecem!
Fato é que o futebol assim como os jogos Olímpicos, desempenha uma função social bem definida: o entretenimento das massas. Isso fica claro na década de 70, na afirmação do governo militar e no auge da repressão, a situação econômica e social do país não era das mais favoráveis: rebeliões, censura, guerrilha... Nesse contexto o Futebol serviu como fator de unidade nacional, uma espécie de cortina-tampão-biombo entre os grupos antagônicos que lutavam pelo poder. O Brasil ganhou a copa, veio o tal “milagre econômico”, os militares se consolidaram no poder e liquidaram as oposições. O povo continuou sua vida monótona como seu não houvesse uma guerra lá fora.
Em 1994 foi semelhante. Uma nação insegura quanto ao futuro, assolada pela inflação, pelo desemprego, por falta de segurança, saúde e educação de qualidade. O interessante é que no mesmo ano o governo Itamar Franco lança o Plano Real, assinado por um economista? Não! Assinado por um sociólogo. Uma moeda que tinha tudo pra fracassar assim como o Cruzado e o Cruzado Novo; depois do tetra, tem um salto qualitativo e devolve o otimismo, o poder de compra, o crédito aos brasileiros. Desde então a economia nacional vem numa ascendente quase ininterrupta apenas abalada pelas crises do México, Oriente e Rússia, no final da década de 90. Mas pra quê se preocupar se na época tínhamos o Fenômeno e Felipão? Mais um caneco e a economia decola novamente...
Pra ficar mais claro essa relação intrínseca é só pensar que entre 1974 e 1994 o Brasil não ganhou nada, 20 anos na fila e 20 anos de recessão. Crise do petróleo nos anos 70, hiper-inflação nos anos 80 e hiper-corrupção nos anos 90. Atualmente a Seleção Brasileira serve como “ponta-de-lança” para as ambições do governo Lula: expandir sua influencia pela América e ocupar uma cadeira permanente na ONU. Para tanto, foi feito um jogo amistoso no Haiti em 2006, o chamado jogo da paz. A infantaria abriu caminho para a cavalaria, pode-se dizer.
Paralelamente ao fator econômico que, aparentemente tem relação com o futebol, esse esporte trás consigo outra característica que o torna ainda mais apaixonante: a fé. Ah eu poderia novamente criticar, associando isso à alienação, mas não vamos por aí. Percebemos uma religiosidade muito forte nos jogadores, sobretudo nos momentos difíceis e, acredito que assim é com todos nós, o ateísmo é um conceito por demais abstrato, até o mais cético dos ateus chama por Deus na hora da morte ou do desespero. Não ser cristão também não significa necessariamente ser ateu.
O Brasil, até 1950 jogava todo de branco, ao melhor estilo inglês, com a derrota em casa para o Uruguai, decidiram mudar a cor do nosso uniforme para amarelo. Acontece que em 1958, na copa da Suécia a seleção só levou o uniforme número 01 e fazia uma campanha espetacular ganhando da União Soviética, Áustria e França. Na final pegamos os donos da casa, a Suécia que também joga de amarelo e tinha o mando de campo. O que fazer? Optaram pelo azul, por estar presente na bandeira nacional, mas os jogadores ficaram surpresos e um tanto receosos pela mudança na cor. Superstição? Creio que não. Foi então que o chefe da delegação teve uma grande sacada, disse ele: "nós vamos vencer, vamos jogar com a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida". Resultado: Brasil 5 a 2 na Suécia e nascia o maior gênio de todos os tempos no esporte, Pelé.
Na copa da África o grande mistério é própria bola. A tal da “jabulaaaaaani”, que já ganhou narração especial do Cid Moreira e teve a si atribuídos poderes sobrenaturais, segundo Luis Fabiano, mas o padre Quevedo já apaziguou e disse que isso “não ecxiste”. São os encantos que fazem deste o maior de todos os esportes, uma representação da vida.
Futebol é mais do que 11 contra 11, uma bola e um campo. Pode representar a ascensão ou a decadência de um país ou governo e ainda mantém acesa a chama da fé (mais que a maioria das Igrejas!).

domingo, 27 de dezembro de 2009

A FOTOGRAFIA COMO FONTE HISTÓRICA: ANÁLISE E METODOLOGIA.

A bandeira soviética a esvoaçar no topo do destruído Parlamento alemão (Reichstag) foi apenas o culminar da longa batalha de duas longas semanas, de 16 de Abril a 2 de Maio, pela capital do III Reich. Estima-se que mais de 300 mil russos tenham perdido a vida nesta batalha, assim como mais de 100 mil civis alemães.A Segunda Guerra Mundial acabaria na Europa, dias depois, a 8 de Maio de 1945, quando o marechal Wilhelm Keitel assinou a rendição incondicional.((YOUNG 1980, p 165).
Fotógrafo: Yevgeny Khaldei, 2 de Maio de 1945.

“O documento não é apenas a fonte, é o problema”(MARC BLOCH 1965, p. 220).

“O historiador precisa situar a fotografia em um determinado tempo e espaço e perceber as suas alterações e do contexto. O oficio do historiador consiste na realização da critica interna e externa do documento e, nesse sentido, alguns métodos de análise permitem-lhe a leitura dos documentos visuais” (CANABARRO 2005, p. 26).

Os autores especialistas em fotografia e na análise visual como Barthes, Kossoy e Mauad são unânimes no sentido de que para avaliar um documento visual é necessário atentar para três pressupostos básicos e inerentes à própria história: expressão e conteúdo, tempo e espaço, percepção e interpretação. “A noção de espaço como chave de leitura das mensagens visuais, devido à natureza deste tipo de texto” (MAUAD 1996, p. 14).

Mauad ainda reforça essa afirmação citando Mirian Moreira Leite: “toda captação da mensagem manifestada se dá através de arranjos espaciais. A fotografia é uma redução, um arranjo cultural ideológico do espaço geográfico num determinado instante” (p. 14).

Sendo assim, a análise específica da fotografia do ‘triunfo’ soviético frente aos alemães na Segunda Guerra será elaborada segundo esses conceitos, procurando trazer a imagem para o tempo presente, mas sem correr o risco do anacronismo e observando a problemática da “interpretação (...) pois as pessoas fazem a mesma leitura, mas cada uma interpreta de uma forma, em função da idade, sexo, da sua profissão, da ideologia, enfim de seu saber” (ALBUQUERQUE & KLEIN 1987, p 300).
É preciso esclarecer que a metodologia aplicada será a Histórica baseada na Escola dos Annales, bem como a critica técnica de Barthes e Mauad. A fotográfica compõe a textualidade de uma determinada época, tal idéia implica a noção de intertextualidade para compreensão ampla das maneiras de ser e agir de um determinado contexto histórico: “à medida que os textos históricos não são autônomos necessitam de outros para sua interpretação” (MAUAD 1996, p.10).

No documento fotográfico escolhido para analise observam-se três planos: o cenário (arquitetura de Berlim destruída), a pose (de triunfo russo) e o objeto (a bandeira soviética). Já situada a cronologia da foto e seu contexto histórico partiremos para abordagem do documento em si, observando que “a imagem não fala por si só, é necessário que as perguntas sejam feitas” (MAUAD 1996, p 10).

Os soviéticos perderam mais de vinte milhões de soldados e civis na segunda guerra e esse ônus parece ter sido menor após a vitória contra os nazistas. O sofrimento das vitimas, as perdas materiais e humanas foram minimizadas com o sentimento se satisfação, vitória e triunfo sobre o Terceiro Reich e isso se manifesta com a ampla divulgação da imagem de soldados/oficiais sobre o Parlamento alemão. Isso se dá pela mensagem que o documento passa, pelo seu poder por parte da classe dominante de amenizar o sofrimento das vitimas e para mostrar ao mundo a nova potência que emergia após a guerra. “O efeito mitológico de uma fotografia é inversamente proporcional ao seu efeito traumático, quanto mais o trauma é direto, mais difícil a conotação” (BARTHES p. 07).

Como já foi dito, do documento visual tem a pretensão de ser espontâneo, neutro, análogo do real, no entanto é sempre codificado, conotado. Sendo que o código de conotação é sempre histórico e reforçado pela ideologia, “o objeto talvez não possua uma força, mas por certo, possui um sentido” (Barthes p04). No objeto (bandeira), a conotação é produzida por uma modificação do próprio real, isto é, da mensagem denotada. O objeto surge aparentemente como natural e espontâneo, disfarçado sob a mascara objetiva da denotação, contudo, como se sabe, não são evidentemente próprio da fotografia, tenta passar simplesmente por denotada uma mensagem que, na verdade é fortemente conotada.

“Discute-se a possibilidade de mentir da imagem fotográfica (...) não importa se a imagem mente, o importante é saber por que mentiu e como mentiu” (Mauad 1996, p 15). Na verdade é a competência de quem olha que fornece significados à imagem e hoje sabe-se que este documento fotográfico ligado à Segunda Guerra mundial foi modificado, preparado, houve um ‘tratamento’ da imagem antes que fosse difundido, tornado público. Trata-se de um fenômeno que poderia ser chamado de “trucagem”, não no sentido de aproximação de Barthes, mas no sentido de alteração/modificação de alguns elementos do documento original: a bandeira tão imponente na realidade era uma toalha de mesa vermelha sem o escudo do Comunismo, portanto não era, de fato a bandeira da URSS. O soldado/oficial que movimenta a bandeira usava alguns adornos, possivelmente produtos de saque, que foram disfarçados através te técnicas de iluminação e contraste.

Nesse ponto entendemos o caráter ideológico das mensagens visuais, sua falsa neutralidade e sua conotação que comporta bem um plano de expressão e um plano de conteúdo, significantes e significados, “obriga, portando a um verdadeiro deciframento” (Barthes, p.3). Esse deciframento seria hoje prematuro, todavia as “interrogações que hoje se colocam são antes uma prova de saúde que de enfermidade” (MAUAD 1996, p.06).

Assim sendo, podemos concluir que a mesma evolução que a historiografia teve no séc. XX em relação aos documentos escritos ocorreram também quanto aos documentos visuais ou iconográficos. A contribuição dos pioneiros da Escola dos Annales se mostra, ainda hoje, pertinentes na análise do documento e monumento. A fotografia representa uma semelhança com a realidade - jamais uma totalidade - e deve ser abordado pela Hisória como um signo, um icone, como a representação de um momento específico e nunca como prova do passado.

Referencias:
ALBUQUERQUE, Marli Brito M.; KLEIN, Lisabel Espellet. Pensando a fotografia como fonte histórica. Cadernos de saúde pública. Rio de Janeiro, 1987.
BARTHES, Roland. A Mensagem Fotográfica. S/E, S/D.
BLOCH, Marc. Introdução a História. Europa-América, 1965.
CANABARRO, Iv. Fotografia, História e cultura fotográfica: Aproximações. Estudos Ibero-Americanos. PUCRS, 2005.
CIAVATTA, Maria. Educando o trabalhador da grande família: a fotografia como fonte histórica. Rio de Janeiro, 2003.
KOSSOY, Boris. A fotografia como fonte histórica: Introdução à pesquisa e interpretação das imagens do passado. São Paulo, SICCT, 1980.
LE GOFF, Jacques. Documento/Monumento, in História e Memória. Unicamp, SP: 1998.
MAUAD, Ana Maria. Através da Imagem: Fotografia e História Interfaces. Tempo, v1. N2. UFF, Rio de Janeiro: 1996.
MONTEIRO, Charles. A pesquisa em História e Fotografia no Brasil: notas bibliográficas. Porto Alegre, RS: 2008.
SILVA, Cristina Schimidt. A Fotografia como processo Folkcomunicacional. Salvador, BA: 2002.
YOUNG, Peter. A Segunda Guerra Mundial. Circuito do Livro/Melhoramentos. São Paulo: 1980.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Pequena dúvida sobre o 11 de setembro:


A edição da revista Veja nº 1973 de setembro de 2006 trouxe uma reportagem interessante sobre uma possivel teoria da conspiração no atentando ao World Trade Center. Todavia, como é costumeiro o caráter parcial e passivo, a revista tratou logo de ironizar e desmistificar a teoria.

O filme intitulado Loose Change (Dinheiro Trocado) de 3 jovens americanos que tem argumentos sólidos foi ridicularizado. O documentario independente sugere a participação do governo no antentado e se baseia em 4 pressupostos. 1)Repórteres relatam ter escutado explosões e sentido tremores antes da queda dos prédios. 2) A estrutura dos prédios suportaria temperaturas de até 1500 graus, suficiente para resistir ao fogo provocado pelas explosões. 3) Sobreviventes viram água nos andares, comprovando que o sistema de incêndio teria sido acionado, sendo capaz de controlar o fogo. 4) Os prédios foram construídos para resistir ao impacto de um avião 707. Segundo um dos autores do videio "seria absolutamente impossível para um punhado de terroristas árabes, sem a ajuda do nosso governo, fazer tanto estrago".

Para contradizer o documentário, a Veja orgulhosamente, expõe a versão oficial do governo, onde o choque dos aviões danificou as colunas centrais de sustententação das torres e com isso os andares começaram a cair sobre os inferiores e refuta a versão conspiratória. 1)Os barulhos e tremores foram causados pela queda de destroços entre os andares. 2)A 1000 graus, a estrutura de aço amolece e perde 10% de sua força. 3)A água nos andares foi causada pela ruptura dos canos de banheiros mas o sistema de incêndio não funcionou. 4)As torres resistiriam a um 707, mas não a um Boeing 767, 20% maior. O jornalismo caricaturado da revista buscou até mesmo uma explicação racional, psicológica para a mente humana criar teorias conspiratórias. "Trata-se de uma reação de defesa do cérebro, que cria memórias falsas para permitir às pessoas que se sintam melhor, alheias à realidade nua e crua". Diz o neurocientista Ivan Izquierdo da PUC-RS. Ora, fazendo uma análise rápida e e simples me parece exatamente o inverso: uma tentativa do cérebro de organizar o caos provocado por uma situação de ilusão, suspeita ou mesmo dúvida; é a tentativa de iluminar o que ainda está nas trevas.

A reportagem acaba assim, mostrando as duas teorias e induzindo claramente o leitor à versão oficial. E sobre o atentado em sí nem eu tenho muito mais a acrescentar, é irrelevante. Mas e as consequências dele? Petróleo no Iraque? Somente petróleo? E a caçada invisível ao igualmente homem invisível Osama Bim Laden no Afeganistão?

O que as duas teorias, oficial e conspiratória não mostram é o interesse americano em ser atingido no seu território, o que justificaria ideologicamente o apoio da opinião pública caseira e internacional à empreitada estadounidense nem território hostil: o islâmico. Justificativa que foi reforçada por uma série de produções de cunho adestrador da mídia hipnotizante como O Caçador de Pipas e O Livreiro de Cabul.

Sabe-se que os EUA não são dotados de nenhum altruísmo ou benevôlencia, tampouco filantropia para levar a esses lugares tão remotos e de culturas tão exóticas aos ocidentais, a famosa "liberdade americana". Não de graça, não ao custo da vida de milhares de soldados e ao gasto de bilhões de dólares. Há, nas entrelinhas, um enorme interesse económico e, sobretudo militar. Não me refiro somente ao petróleo...

O sec. XX começou com a 1ª Guerra e a Revolução Bolchevique e todo desenvolvimento histórico daquele século esteve intimamente relacionado com esses acontecimentos: 2ª Guerra, socialismo, guerra fria, etc. Foi o século dos EUA.

O sec. XXI começou com o atentado às Torres Gêmeas e não é preciso ter bola de cristal para saber que os desdobramentos desse fato (ou manobra) ainda estão por vir. Este seria o século da China, como apontam tantos analistas e as próprias tendências econômicas, demográficas e culturais.


Os norte-americanos sabem disso melhor que ninguém, é inevitável. E a história nos dá provas de que sempre que duas potências ou impérios rivalizaram economicamente, rivalizaram também militarmente, havendo guerra. E qual o primeiro passo para vencer uma guerra? Conquistar territórios. Não o território físico/geográfico em sí, mas conquistar a influencia daquele espaço.


O leitor mais atento já deve ter percebido a comparação entre o 11 de setembro e o neo-imperialismo americano. O petróleo veio como bonus, ou melhor, como uma espécie de mecenas para um plano muito mais ambicioso e de longo prazo: manter a hegemônia e o estilo de vida capitalista por mais um século. Para tanto, se torna necessário levar a maquinaria bélica e o império cultural para a Ásia continental e subordinar o mundo muçulmano, antes que a China o faça.


Mais um século de domínio mundial justificaria a morte de 3278 inocentes no 11 de setembro? Para pessoas normais como você e eu dotados de compaixão e solidariedade, jamais. Mas para a ambição americana, com certeza; esse é um número descartável diante de tamanha cobiça. Nesse sentido, a participação americana nos atentados ao World Trade Center fica mais clara; mesmo uma participação discreta, indireta e omissa, de alguma forma eles sabiam e permitiram.


Mesmo para os leigos sem nenhum conhecimento em estratégia militar ou história das guerras, este me parece um argumento perfeitamente aceitável, basta você ter jogado ao menos uma vez WAR ou Bataha Naval que compreenderá que o território é a justificativa, a base, é instintivo. As vítimas do 11 de setembro represetam um único peão, sacrificado na tentativa de capturar o cavalo inimigo. Esse é o jogo da vida e jamais cessará.


"Sempre houve o bastante no mundo para todas as necessidades humanas. Nunca haverá o bastante para a cobiça humana". (Mahatma Gandhy)






sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Você acredita?



Qual o conceito ou, apartir de quê se forma a consciência humana? Se você é idealista talvez acredite na metafísica, numa realidade exterior ao corpo, que o homem seja dotado de criatividade e inteligibilidade sem sofrer influencia do mundo material, ou seja, dá prioridade à mente, ou mundo das idéias ou de Deus... De Platão a Agostinho e por fim Hegel o Idealismo tem provocado um grande e desastroso sentimento mecanicista.

Por outro lado, se você é materislista irá concordar que a consciência é formada a partir do mundo material. As experiências, o contato, a intensidade, a formação, o trabalho; a sociedade em geral nos seus constumes, mitos e tendências (microcosmo), ou nas instituições políticas, econômicas e militares (macrocosmo), determinam de forma incisiva como pensar, o que pensar e quando pensar... e você nem se dá conta disso!

Ok! Depois dessa farofa aí em cima que, confesso, mais complicou do que esclareceu minha intenção, vou tentar separar as sílabas. Enfim, existe um critério para o desenvolvimento da consciência humana e, ainda mais, para o desenvolvimento da consciência critica? Ora, o que leva um homem a aceitar, passivo e omisso todas as regras e conceitos pré estabelecidos pela sociedade e outros tantos como Foucault a duvidar, questionar e dedicar uma vida inteira na tentativa de racionalizar os métodos de domesticação e controle social.

O que leva o ser humano a acreditar ou duvidar? Eu sinceramente ainda nao tenho uma opnião concreta, contudo, arrisco um chute: é muito mais cômodo assistir a tudo isso, um mero espectador, sedentario e adestrado como um cão docil engordando na frente da tv, simplismente passando pela vida, sobrevivendo e não Vivendo. Criticar, desafiar, pensar, brigar é tão mais doloroso... que eu até entendo os passivos.

Serião você, caro leitor, acredita na versão oficial de Pear Harbor? Que o assassinato do presidente Kennedy foi obra de um civil e não de alguem com formação militar ligado diretamente ao governo? Jura??? Acredita que um fã matou John Lenon? É nada!!! Acredita que o governo americano não sabia mesmo do atentado de 11 de setembro antes que este acontecesse? Acredita que tantos musicos criticos do sistema moreram de overdose antes do 30 anos? Aja overdose hein. Acredita mesmo que moreram 6 milhoes de judeus na segunda guerra? Lembrando que a solução final teve início em 1942, portanto 3 anos depois do início da guerra. De onde vieram esses números?

Se você é um bom observador percebeu que a intencão aqui não foi suscitar uma teoria da conspiração ou varias teorias dela. Os passivos já devem me considerar anti-semita, mas você não, você tem um intelecto enorme para entender os motivos desse rascunho, caso contrario não estaria aqui até o final do parágrafo haha. Obrigado. E não acredite.